Mas espera aí, geralmente não se comemora o final de uma guerra. Sim, mas não para os Gaúchos, que tem na Revolução Farroupilha um marco da luta pela liberdade, pela busca dos ideais e pela dignidade de um povo.
Na madrugada do dia 20 de setembro, em 1835, tropas rebeldes ao império de Pedro II invadiram e tomaram Porto Alegre, dando início a chamada Revolução Farroupilha. Eles buscavam criar uma república separatista ao Brasil, elaborando um sistema parecido com o modelo que surgiu a partir da independência dos Estados Unidos da América.
Durante 10 anos, o sul viveu uma guerra civil recheada de batalhas sangrentas. O contingente separatista chegou a formar suas linhas de batalha com um total 6 mil homens. Entretanto, divergências entre as três correntes rebeldes levaram a uma derrocada das forças de rebelião. Em 1º de março de 1845, com suas tropas exauridas e encurraladas na fronteira com Uruguai, o general Bento Gonçalves assinou o tratado de Poncho Verde. Com isso, cerca de mil soldados farrapos, como ficaram conhecidos os rebeldes, se renderam sob a condição de anistia do Império. Eles foram então integrados ao exército brasileiro para lutar contra Juan Manuel Rosas, ditador que governava a província argentina e ameaçava invadir a Província de São Pedro do Sul, como era chamado o estado gaúcho até então